Somos indecisos. Temos problemas com a escolha. Vivemos num cotidiano de pânico. Qualquer decisão fútil e irrelevante é para nós um inferno. O juízo final. Liberdade para Escolher do falecido economista Milton Friedman é um livro que não nos importaríamos de proibir. "Liberdade para escolher" é uma contradição nos termos. Se há liberdade não é para escolher.
Se há liberdade é para não escolher. A escolha, como é óbvio, suprime a liberdade. Num restaurante, estamos indecisos entre pratos diferentes e quando escolhemos nunca achamos que escolhemos bem. Numa loja, estamos indecisos entre produtos diferentes e, fatalmente, costumamos arrepender-nos. Para fazer uma viagem, para contratar um eletricista, para comprar a estúpida de uma estante, a nossa tragédia é sempre a mesma. Não escolhemos. Não conseguimos. Demoramos muito... E quando finalmente escolhemos, depois de larga hesitação e angústia, o processo de escolha nunca está concluído."Podia", "talvez tivesse sido melhor", "foi um erro". As fórmulas são várias. Só porque escolhe, não deixa de ser indeciso.
Um comentário:
Muito legal a escolha do tema de vocês. Aliás, como vocês conseguiram decidi-lo?
Postar um comentário